Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A LEGITIMIDADE DE CADA BICICLETADA

A bicicleta, quem diria, virou tema de campanha na eleição paulistana.

Tudo começou quando o Diário Oficial do Estado estampou em sua capa, no último dia 11, uma matéria extremamente perniciosa, como se evidencia já no título: Mais ciclistas, mais acidentes (ver aqui).

Fui dos primeiros a levantar o assunto na blogosfera, manifestando meu repúdio no artigo Governo de SP não quer bicicletas atrapalhando os veículos poluentes (ver aqui)

Depois, contrapus a tal obtusidade ambiental as lições de um ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, em cuja gestão (1998/2001) foram implantados mais de 300 km de ciclovias: A cidade mais avançada não é aquela em que os pedestres andam de carro... mas aquela em que os ricos usam transporte público (ver aqui).

Houve também esculhambações na grande imprensa, o que deve ter motivado José Serra e Gabriel Chalita a sairem dando pedaladas eleitoreiras no fim de semana, o que ironizei no meu novo blogue, Diário de campanha do Lungaretti (ver aqui), qualificando de "forçação de barra" a atitude "dos candidatos a prefeito de São Paulo que se fantasiaram de ciclistas no último sábado, fazendo pose para os cinegrafistas e fotógrafos que os assessores de imprensa ciosamente arregimentaram".

Por quê? Não é elogiável a promessa de Serra, de "expandir o total de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas da cidade de 183 quilômetros para 400 quilômetros, por meio de parceria com o governo estadual", conforme noticiou O Estado de S. Paulo?

Para um oposicionista que nunca houvesse administrado a cidade, com certeza seria. Mas Serra já teve a oportunidade de construir todas as ciclovias que lhe aprouvessem durante os 15 meses em que foi prefeito de São Paulo, entre 2005 e 2006. Não o fez.

E, desde o 1º de abril de 2006, quem está no poder é o seu aliado Gilberto Kassab, que também não priorizou as duas rodas, muito pelo contrário.

Por falar em 1º de abril, o Serra será sempre lembrado como o candidato que mentiu ao eleitorado paulistano quando colocou sua assinatura num compromisso solene de, caso fosse eleito, não renunciar à Prefeitura para disputar o governo do Estado. Quem garante ele agora cumpriria a promessa de expandir as ciclovias?

Quanto à "parceria com o governo estadual", vale também recordar que os tucanos estão empoleirados no Palácio dos Bandeirantes desde 1º de janeiro de 1995, enfileirando seis sucessivos mandatos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, afora os vices que assumiram quando os dois últimos renunciaram para quebrarem o bico em tentativas de voos maiores (foram derrotados por Lula e Dilma nas eleições presidenciais de 2006 e 2010).

Então, se há 17 anos não é reconhecido o imperativo de se desestimular o uso do carro próprio e o transporte individual no Estado de São Paulo, favorecendo sua progressiva substituição pelo transporte coletivo e o alternativo, isto se deve às sucessivas administrações do PSDB. Como bem ressaltou o colombiano Peñalosa, a questão de como dividimos o espaço viário entre pedestres, bicicletas, ônibus e carros "é uma decisão política, não técnica".

O PSOL, ao contrário do PSDB de Serra e do PMDB de Chalita, sempre defendeu o investimento público no transporte de massa e nas modalidades alternativas, como única opção  face aos engarrafamentos cada dia maiores, que privam os cidadãos das grandes cidades de horas valiosas para seu lazer e repouso, além de maximizarem a poluição ambiental.

Tem legitimidade, portanto, a bicicletada da qual o deputado estadual Carlos Giannazi participará neste sábado (21), a partir das 9h30, partindo da Praça do Ciclista (localizada no canteiro central da av. Paulista, entre as ruas da Consolação e Bela Cintra) em direção à sede do PSOL (esquina da rua Alberto Leal com a av. Armando Arruda Pereira). A atividade é uma parceria com a Ciclocidade e o CicloBR.

Pois, no seu caso, não se trata de conveniências ou estelionatos eleitorais. Sendo um partido comprometido com os ideais de igualdade e justiça social,  acredita em (e trabalha para) cidades nas quais os interesses de todas as pessoas sejam levados em consideração, não apenas os dos ricos e dos exclusivistas.

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