Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

OS QUE DESPEJAM "CHEQUES E PROMESSAS NA PRAÇA". E OS BOICOTADOS PELA MÍDIA

O jornalista Rogério Gentile, em sua coluna desta 5ª feira (9) na Folha de S. Paulo, Mentirinhas de campanha (acesse íntegra aqui), constata:
"A eleição municipal [paulistana] mal começou, (...) mas, mesmo assim, os candidatos já estão completamente desenvoltos, despejando cheques e promessas na praça.

Em um mês de campanha, os quatro principais candidatos à Prefeitura de São Paulo (Serra, Russomanno, Chalita e Haddad) já desembolsaram, oficialmente, quase R$ 15 milhões e fizeram mais de cem promessas.

Serra, por exemplo, prometeu construir mais 217 km de vias para bicicletas (hoje existem 183 km) e um corredor de ônibus na Radial Leste, além de erguer o museu do automóvel, o museu da moda e o museu da canção brasileira.

Haddad não fez por menos.

Disse que vai entregar mil novos leitos hospitalares (hoje atualmente 3.308 na rede municipal), criar o bilhete único mensal e regularizar a situação dos camelôs, além de aumentar a carga horária escolar para sete horas por dia.
 É difícil saber o que é efetivamente viável, considerando os custos e a complexidade dos problemas da cidade de São Paulo, e o que não passa da tradicional 'mentirinha de campanha'. Orientado por marqueteiros e pesquisas de opinião, o candidato promete tudo e mais um pouco. Depois de eleito, só então vai olhar o que é possível fazer de verdade".
Elementar, meu caro Gentile.

Mas, os macacos da grande imprensa esquecem de olhar o próprio rabo: se "os quatro principais candidatos" praticam o mais repulsivo clientelismo, por que a mídia não abre eu já nem diria um espaço, mas uma  fresta, para os que tratam o eleitor como um verdadeiro cidadão e não como um pobre coitado mendigante de benesses e favores da corte?

Se a política brasileira virou um deserto de ideais e um lodaçal ético, grande parte da culpa cabe à indústria cultural, que tudo faz para dificultar a caminhada de quem se propõe a despertar a consciência dos cidadãos, ao invés de a embotar cada vez mais.

Sim, esses quatro são fiéis expressões do que há de pior na cena política brasileira: do autoritarismo de Serra (que abdicou do seu passado como quem troca de sapatos) ao oportunismo de Chalita e Russomanno (que trocam de partidos e de  padrinhos  também como quem troca de sapatos), passando pela insignificância de Haddad (inepto até para administrar o Enem e sem fibra para confrontar os homófobos no caso do  kit gay).

Mas, há um Carlos Giannazi nesta mesma eleição, com um inatacável passado de lutas e as propostas mais consistentes no presente. O que faz a mídia? Esconde-o, sob o pretexto de está bem abaixo, no ranking das intenções de voto, daqueles que despejam cheques e promessas na praça.

É um círculo vicioso: minimizam-no noticiário por estar atrás nas pesquisas e, ao negar-lhe visibilidade, impedem que o eleitorado o fique conhecendo e possa compará-lo, p. ex., com esses quatro patéticos representantes da velha política (caras novas de nada adiantam quando as práticas continuam arcaicas em sua essência, a única mudança sendo a atual capacidade dos marqueteiros de fabricarem  candidaturas populistas sem carisma...).

Lá vai o Brasil, descendo a ladeira. O retrocesso parece não ter fim.

Só nos resta lutarmos contra ele, marchando contra a corrente, do jeito que der, com a cara, a coragem e a certeza de sermos a alternativa ao  inferno pamonha  para o qual os poderosos e sua indústria cultural arrastam insensivelmente os brasileiros.

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