Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

SERRA CONTINUA DESPENCANDO. QUANDO ATINGIRÁ O FUNDO DO POÇO?

Quando José Serra mal acabava de completar 70 anos, fui pesquisar algo sobre ele e a data de nascimento não me passou despercebida.

E daí? Que mal há em tornar-se septuagenário? Não foi Plínio de Arruda Sampaio, então com 80 anos, o candidato mais brilhante, inclusive em termos de agilidade mental, nos debates eleitorais da última eleição presidencial?

Bem, a resposta foi o fato de Plínio haver obtido apenas 0,87% dos votos válidos. Alguém duvida que, sendo 30 anos mais moço, aquele desempenho marcante lhe garantisse votação bem melhor?

O preconceito existe, sim. Curiosamente, o eleitor não dá muita importância à idade dos candidatos ao Legislativo, como se considerasse que vereadores, deputados e senadores não precisam ser dinâmicos. 

Mas, espera que os prefeitos, governadores e presidentes deem grandes demonstrações de gerenciamento, como se a presença física deles em qualquer palco alterasse em algo a tomada de providências. 

Ou seja, cabeça feita pela TV, os cidadãos comuns confundem administração com exibições pueris de autoridade. 

Um prefeito não precisa molhar o pé na enchente para saber o que tem de ordenar aos seus secretários. E, às vezes, tal demagogia sai pela culatra, como aprendeu Marta Suplicy, ao responder com maus modos a uma lojista desesperada. O episódio acabou sendo desastroso para sua imagem.

Mas, um homem de esquerda não tem o direito de, como as balzaquianas ávidas por desencalhar, ficar escondendo a idade e maquilando a aparência. 

Então, o condenável em Serra não era a idade, mas sim estar fazendo de tudo para que sua nova faixa etária não desse na vista.

Corri a trombeteá-la nos meus textos, pois sou um sexagenário brincalhão, fã dos Sobrinhos do Capitão quando criança e do Fradinho Baixinho na mocidade. Não desculpo no Serra ele haver se tornado tão diferente do presidente da UNE e exilado político que um dia ele foi.

Pior ainda, ele começou a campanha tentando aparentar uma jovialidade que não tem. Lembro-me de que, quando sabatinado pela Folha de S. Paulo há dois anos, entrou tão encolhido e amuado no palco que a platéia até ficou em dúvida se era ele  mesmo. Nunca pareceu tão Nosferatu...

Então, sua pedalada eleitoral foi ridícula e sua cara de pânico ao desequilibrar-se no skate, simplesmente desastrosa. Rendeu uma das fotos mais negativas da campanha, ao lado das imagens da lua de mel dos petistas com Maluf.

Agora, com Serra despencando nas pesquisas, os expertos botam a culpa na sua idade e na má campanha televisiva.

Pode ser. Mas,  será que escapa aos eleitores o fato de ele estar brigando com a idade? Não o estarão  punindo  por isto?

Enfim, é melhor perder eleições do que perder a dignidade. E, pelo jeito, Serra vai acabar sem ambas. Pobre coitado.

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