Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

domingo, 2 de setembro de 2012

ATACARMOS O MAL PELA RAIZ OU CONTINUARMOS CRENDO EM JULGAMENTOZINHOS?

Nunca me esqueço dos versos agourentos do Chico Buarque, numa de suas canções clássicas dos anos 60, Roda-viva: "A gente vai contra a corrente/ até não poder resistir,/ na volta do barco é que sente/ o quanto deixou de cumprir".

É como me sinto agora, indo sempre contra os consensos ílusórios, sejam os da grande imprensa que tudo faz para esconder dos leitores a desumanidade e nocividade do capitalismo, sejam os de uma esquerda deslumbrada com o poder que conseguiu obter sob o dito cujo e esquecida de que existe para acabar com o capitalismo.

E não quero deixar nada descumprido: o meu papel eu cumpro e cumprirei enquanto tiver forças e lucidez para tanto. Sou teimoso, acredito que continuarei por muito tempo ainda desafinando o coro dos contentes...

Então, se valho alguma coisa, é por estar há anos alertando que de nada adiantarão os  fora Collor!, as Operações Satiagrahas, as leis de ficha limpa e os julgamentos de  mensalões. As ondas passam, a corrupção fica e se sofistica.

Enquanto a prioridade máxima do seres humanos for o  enriquecei!  capitalista, haverá espertos abrindo atalhos para enriquecerem à margem da lei. É simples assim.

Temos é de direcionar nossos esforços para a construção de uma sociedade em que todos se empenhem, pelo contrário, em dar sua melhor contribuição para o bem comum. E as gravíssimas ameaças que haveremos de enfrentar nas próximas décadas são como uma contagem regressiva; ou começamos logo a dar os passos certos, ou talvez nem sequer haja um século 22. É, também, simples assim.

Estas elocubrações me foram inspiradas pela leitura, na Folha de S. Paulo dominical, de uma raríssima manifestação de vida inteligente, em meio ao festival de embromação que está sendo a cobertura do julgamento do  mensalão.

O artigo Amanhã tal como ontem, do veterano analista político Jânio de Freitas, me fez atentar para quão poucos somos os que ainda tentamos abrir os olhos daqueles a quem o PIG tenta imbecilizar. E quão importante é continuarmos fazendo isto.

Eis os trechos principais:
"O Brasil, os políticos e suas práticas não vão mudar coisa alguma por efeito do chamado julgamento do mensalão, sejam quais e quantas forem as condenações. É o que indica o indesmentido fluxo histórico brasileiro e o que comprova a experiência mais ou menos recente.

'O Brasil não será mais o mesmo', ou, no dizer dos que precisam ser pernósticos, 'o julgamento é um paradigma', são frases que pululam nos meios de comunicação, com suas similares, como meros produtos de ingenuidade ou do engodo comum.

O que vai mudar são alguns dos métodos agora desvendados. Assim como os artifícios do mal denominado mensalão são adaptações do que Paulo César Farias criou e comandou, em parte já para a eleição de Collor, depois em benefício da também chamada quadrilha e, com toda evidência, para cobrir os custos da manipulação nas eleições municipais. De lá para cá, nem foi preciso mudar o principal banco das operações financeiras, o mesmo Banco Rural.

Não houve pausa entre o que motivou o escândalo PC/Collor e os motivos do atual. Está por aí, em algum lugar recôndito, o processo do mensalão do PSDB, precursor mineiro do mensalão petista e comprovante de que os meios de comunicação podem ser também caridosos.

E houve as várias eleições das quais tantas figuras notórias, dispensadas as óbvias citações nominais, saíram proprietárias de fazendas, novas casas, construção de imóveis. Sem precisarem enfrentar nem sequer uma perguntinha, a respeito, de CPI, da Polícia Federal, do Ministério Público e de um juiz. 'Empréstimo da filha', disse um outro, numa explicação em geral considerada mais do que suficiente.

Depois de cada eleição, os empréstimos das filhas continuaram no decorrer dos governos, em alguns casos engatando nas campanhas eleitorais seguintes, inclusive a de agora. Nada disso como vício reservado à raia miúda da prática ou das figuras políticas. À tal camada coube, isso sim, o início da política como indústria de enriquecimento.

A degradação da ética e do nível cultural na política não se altera com episódios tão circunscritos como o julgamento do mensalão".
Por último: a contribuição que eu trago para a campanha eleitoral de 2012 é esta, e o diferencial em relação à maioria dos candidatos é este.

Não tenho grana para bancar quase nada, não cultivo o eleitorado há anos nem tenho um rosário de promessas para desfiar diante de eleitores embasbacados.

Mas, sei como poucos combater os poderosos, dificultando ao máximo suas vitórias e até impondo a eles inimagináveis derrotas, apesar da extrema inferioridade de forças com que todos os verdadeiros esquerdistas travamos o bom combate.

Quem quiser que na cidade, no Estado, no País e no mundo comecemos a atacar o mal pela raiz,  ajude-me e eu não o(a) decepcionarei. 

Quem quiser acreditar que basta um julgamentozinho a mais para erradicarmos a corrupção, que continue apoiando os candidatos do sistema. E se prepare para assistir a uma infinidade julgamentos semelhantes no futuro.

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