Fui ativista estudantil (1967/68). Militante clandestino (1969/70). Preso político (1970/71). Tenho travado o bom combate, lutando por um Brasil mais justo, defendendo os direitos humanos, combatendo o autoritarismo.

Sou jornalista desde 1972. Crítico de música e de cinema. Cronista. Poeta. Escritor. Blogueiro.

Tentei e não consegui eleger-me vereador em São Paulo. Mas, orgulho-me de ter feito uma campanha fiel aos objetivos nortearam toda a minha vida adulta: a construção de uma sociedade igualitária e livre, tendo como prioridades máximas o bem comum e a felicidade dos seres humanos.

Em que a exploração do homem pelo homem seja substituída pela cooperação solidária do homem com os outros homens. Em que sejam finalmente concretizados os ideais mais generosos e nobres que a humanidade vem acalentando através dos tempos: justiça social e liberdade.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

UM ROTEIRO PARA O BRASIL SAIR DA CRISE

Só os tacanhos e os que têm muito a perder não percebem/admitem que a saída civilizada do impasse político que ora imobiliza o Brasil, fazendo agravar-se cada vez mais nossa pior crise econômica desde a hiperinflação do Sarney, exigirá concessões das várias partes, pois nenhuma é forte o suficiente para impor sua hegemonia. 

Então, trago aqui um roteiro plausível para tanto, de antemão reconhecendo que os péssimos atores que dominam a cena política dificilmente terão grandeza e despojamento para assumirem suas responsabilidades. Mas, temos sempre de tentar:
  • a fratura exposta da total discordância do Partido dos Trabalhadores com a política econômica neoliberal ora praticada deveria ser levada à consequência óbvia, com o PT anunciando sua saída do governo e a disposição de encabeçar a oposição de esquerda à presidente Dilma Rousseff;
  • Dilma, por sua vez, ficaria com as mãos livres para apoiar-se nas forças que têm real afinidade ideológica com suas diretrizes econômicas, o PSDB e o PMDB (mais os coadjuvantes de sempre, que gravitam automaticamente na órbita do poder);

  • neste sentido, ela poderia deixar o PT e, p. ex., reingressar no PDT, que certamente receberia de braços abertos a caneta presidencial, mesmo sabendo que Leonel Brizola estaria se revirando na cova.
Ou seja, sem renúncia, sem impeachment nem golpe (seja ele branco ou sanguinário), o Brasil se desvencilharia das amarras dos liliputianos, passando a cuidar do que realmente importa para o povo sofredor: o reaquecimento da economia. [Tenho ouvido rumores de que, depois de 970 mil trabalhadores terem perdido o emprego entre o segundo trimestre de 2014 e o mesmo período de 2015, a divulgação dos dados do terceiro trimestre trará números ainda mais acachapantes, com cerca de 1,4 milhão de pobres coitados atirados na rua da amargura. Num país pobre como o nosso, algo assim desgraça e mata muita gente.]

O PT resgataria sua alma, livrando-se do mico de ser obrigado a respaldar medidas econômicas das quais é ferrenho adversário desde o nascedouro. E sua volta à oposição recolocaria Lula na disputa presidencial de 2018, pois a atual derrocada econômica está pulverizando suas chances.

O PSDB e o PMDB conquistariam o que sempre quiseram, o poder. Talvez adiante percebessem que administrar uma economia em frangalhos não é exatamente um grande negócio...

Dilma obteria o que mais tem buscado nos últimos meses, sua prioridade máxima e praticamente única: escapar do impeachment e terminar o seu mandato. Teria, claro, de conformar-se com a redução do seu poder real, mas seria o preço justo a pagar por tê-lo exercido de forma tão atabalhoada e incompetente. Na condição de rainha da Inglaterra, desempenharia um papel à altura dos seus predicados e não teria como causar maiores estragos.

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